A Assembleia, depois de ter sido adiada em 2020 devido Ă pandemia, chega agora no meio de uma guerra que pensĂĄvamos que nunca mais verĂamos na Europa: quanta força Ă© preciso para proclamar a esperança ao mundo de hoje?
Ă preciso força extra. A mera força de cada um ou de todos estĂĄ exposta ao risco da angĂșstia e do medo, sobretudo para os idosos e para uma geração de jovens e adolescentes fortemente provada pelos Ășltimos dois anos e que vĂȘ o seu futuro definitivamente roubado com a guerra. Precisamos da força que vem do Senhor Jesus que, antes de experimentar a PaixĂŁo, disse aos seus seguidores: âNo mundo tereis tribulaçÔes; mas coragem, eu venci o mundoâ (JoĂŁo 16:33). Aqui estĂĄ o encorajamento e a força de que precisamos: o dom do Senhor Ă Igreja e ao mundo, a força da esperança viva, a luz do Evangelho que brilha nas trevas, apesar de tudo, que recria as esperanças mortas que a pandemia sobretudo a guerra. eles produzem e fortalecem.
A Assembleia terå que examinar vårias questÔes relativas à estrutura administrativa e à "måquina da igreja": podemos citar as principais?
Eu menciono trĂȘs. A primeira diz respeito ao efeito da pandemia na vida comum das igrejas, que as viu sofrer muito apĂłs o fechamento forçado de locais de culto e, posteriormente, na manutenção de frequĂȘncia assĂdua aos cultos. Estamos preocupados com a parte mais fragilizada das comunidades que tem tido dificuldade com a modalidade remota e que entretanto ficaram descontentes com a igreja, principalmente nas igrejas menores. A segunda diz respeito ao andamento do plano de cooperação entre as igrejas da UniĂŁo, que lamentavelmente registou um decrĂ©scimo significativo no perĂodo de dois anos da pandemia que impacta diretamente as necessidades e exigĂȘncias da UniĂŁo sobretudo em termos de sustentabilidade do a missĂŁo interna nas suas diversas declinaçÔes, a começar pelo inadiĂĄvel fortalecimento dos DicastĂ©rios (Teologia, Evangelização e Igrejas internacionais). A terceira questĂŁo diz respeito Ă atribuição Ă s associaçÔes regionais de maior dignidade institucional, de forma a tornĂĄ-las, no Ăąmbito da cooperação entre as igrejas da UCEBI, um instrumento de referĂȘncia territorial das igrejas locais para um vĂnculo institucional mais estreito e eficaz, a fim de expressar a unidade da fĂ© no nĂvel organizacional, implementar uma linha comum de testemunho e serviço, cultivar a esperança do cumprimento do reino de Deus.
Face a esta nomeação, a ComissĂŁo Executiva propĂŽs Ă s igrejas um documento de estudo, âA tarefa da UCEBIâ, que foi debatido localmente e em conferĂȘncias para macro-ĂĄreas. Trata do tema da pluralidade, que jĂĄ existe dentro da UniĂŁo entre as igrejas, nas igrejas, entre os irmĂŁos e irmĂŁs da igreja, entre os ministros e as ministras. Como e por que o desafio da pluralidade deve ser vivido hoje?
A pluralidade nas igrejas deve ser vivida como comunidades plurais participativas nas quais as pessoas, com suas diferenças geogrĂĄficas, Ă©tnicas, de gĂȘnero, culturais, teolĂłgicas e Ă©ticas, possam confrontar suas expectativas e perspectivas e compartilhar, no caminho comum da fĂ©, a busca do Reino de Deus tambĂ©m sobre temas que distinguem o Batismo, como direitos humanos, direitos civis, direitos comunitĂĄrios. Todos os direitos atravessados ââpor diferentes concepçÔes Ă©ticas e teolĂłgicas para a formação cultural e histĂłrica. O desafio da pluralidade deve ser vivido hoje mais do que nunca porque Ă© urgente opor um mundo de solidariedade e igualdade a um mundo regido pelo regime de separação de naçÔes, povos, etnias, culturas, credos, visando atingir os interesses de os poderosos orientados para a realização do bem comum da humanidade e a salvaguarda da criação. Os frutos deste regime de separação dos povos manifestam-se hoje na guerra de agressĂŁo contra a UcrĂąnia. No que diz respeito Ă pluralidade de ministĂ©rios, ao lado do ministĂ©rio pastoral, hoje existem outros ministĂ©rios dentro da UniĂŁo. Neste caso, o desafio da pluralidade deve ser enfrentado promovendo a colaboração de pastores e pastoras, ministros e ministros, incentivando o trabalho em equipe entre pessoas que possuem habilidades diferentes e que sabem trabalhar juntas. Trata-se de uma reforma do modelo pastoral, dos ministros da UCEBI.
Este ano haverĂĄ uma sessĂŁo conjunta da AssemblĂ©ia convocada com o SĂnodo Valdense e Metodista: quais sĂŁo as expectativas?
Cerca de 15 anos apĂłs o Ășltimo AssemblĂ©ia/SĂnodo (AS), foi certo e bom ter aprofundado, atravĂ©s dos quatro webinars realizados em preparação para a prĂłxima AS, os principais temas envolvendo reconhecimento mĂștuo entre batistas, metodistas e valdenses. Aqui ressalto antes de tudo a necessidade de melhorar a colaboração territorial fortalecendo-a, iniciando um processo de maior sensibilização dos respectivos sistemas de referĂȘncia, capaz de tornar a colaboração sistĂȘmica e baseada em projetos especĂficos para o testemunho evangĂ©lico comum no territĂłrio, e nĂŁo , como muitas vezes aconteceu, uma colaboração territorial simplesmente ocasional e nĂŁo suficientemente motivada pelas necessidades de crescimento da igreja e desenvolvimento do testemunho no territĂłrio. Outra expectativa importante diz respeito Ă formação de ministros e pastoras cuja formação acadĂȘmica acreditamos deva fortalecer tanto o estudo da teologia prĂĄtica (em particular, a relação de ajuda, o estabelecimento de novas igrejas, o desenvolvimento e transformação das comunidades, a evangelização) quanto o estudo da mĂșsica e da hinologia.
HĂĄ algum tempo as igrejas na Europa precisam lidar com uma sociedade e uma cultura cada vez menos envolvidas no testemunho cristĂŁo: que novas ferramentas podem adquirir?
A pandemia devolveu-nos uma forma de participação em cultos e estudos bĂblicos, mas tambĂ©m em conferĂȘncias temĂĄticas intimamente ligadas aos temas da fĂ©, o que revoluciona o conceito de igreja local, entendida como igreja geograficamente definida e delimitada pelo local de residĂȘncia dos participantes. Testemunhamos uma expansĂŁo virtual da igreja local durante a pandemia. Desta forma, alcançamos pessoas que nunca teriam cruzado o limiar de nossos locais de culto. Uma das ferramentas Ă©, portanto, representada precisamente pela presença da igreja sui mĂdia social. No entanto, a esses novos mĂ©todos de comunicação devem ser adicionadas novas habilidades na formação de ministros, especialmente na ĂĄrea de missĂŁo e evangelização. Como se lĂȘ no relatĂłrio do DicastĂ©rio para a Evangelização: ânĂŁo faltam sinais de esperança onde se estĂĄ disposto a âousar mudar pela fĂ©â, equilibrando os acentos da estrutura Ă pessoa, da igreja local Ă universal , da palavra Ă escuta, do sermĂŁo ao encontro, do livro ao vĂdeo, do pĂșlpito Ă mesa ou Ă webcam, num percurso policĂȘntrico, onde os espaços de oração, de cuidado das almas, de testemunho pessoal e de partilha, tambĂ©m atravĂ©s dos novos media, reclamam um papel maior".
Como vocĂȘ vivenciou seu mandato em nĂvel pessoal?
Procurei cumprir o mandato presidencial em espĂrito de oração, experimentando nas diversas dificuldades quotidianas a importĂąncia do apoio da ComissĂŁo Executiva e da colaboração do pessoal dos gabinetes. Na solidĂŁo nĂŁo faltava a ansiedade pelas expectativas e pela vida comum das igrejas, sobretudo quando atravessadas por graves conflitos ou ameaças externas. Assim como havia preocupaçÔes com a saĂșde de pastores e pastoras. As maiores alegrias eram as decorrentes das visitas Ă s igrejas, nas quais, mesmo com a cumplicidade convivial dos ĂĄgapes, os laços de fraternidade e sororidade se fortaleciam na profundidade e beleza da comunhĂŁo em Cristo.
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