Decreto de imigração, eu era estrangeiro: simplificações de fluxos são boas, mas não são suficientes

Decreto de imigração, eu era estrangeiro: simplificações de fluxos são boas, mas não são suficientes

Roma (NEV), 22 de março de 2023 – A campanha Eu era estrangeiro, da qual também participa a FCEI, enviou hoje uma contribuição à primeira Comissão do Senado para a análise do decreto-lei sobre os fluxos migratórios, decreto que aborda questões centrais questões na atividade da campanha, começando pela gestão das entradas para o trabalho através do decreto de fluxos, a que se dedicam os três primeiros artigos.

Conforme refere o documento, “face a algumas medidas positivas que simplificam o procedimento de entrada e visam, nomeadamente, permitir o rápido emprego de trabalhadores e trabalhadoras, subsistem algumas questões críticas relativas ao próprio sistema de entrada em vigor, que permanece substancialmente inalterado”. A campanha propõe “algumas intervenções retificadoras para oferecer maiores garantias aos trabalhadores e trabalhadoras e seus empregadores”.

O documento destaca que, “se por um lado é bem-vindo o aumento das cotas, a possibilidade de avançar com mais decretos de fluxos no mesmo ano e o triênio de planejamento como intervenção tampão para atender às demandas dos setores produtivos, de Ainda há muitos nós para desatar. Aliás, o que fará o Governo quando, no click day de 27 de março, as candidaturas apresentadas ultrapassarem em muito as 82.000 quotas previstas, como facilmente se pode esperar dado que em 2022 foram apresentadas 200.000 candidaturas mas cerca de 70.000 quotas disponíveis? É certo que o decreto em questão prevê no art. 2 que os pedidos que excedam as cotas possam ser examinados no âmbito dos demais decretos adotados. Mas quanto tempo levará para abrir uma nova janela? Que resposta damos aos empresários do sector do turismo que precisam de começar a época balnear dentro de um mês e têm pessoal suficiente? Ou às dezenas de milhares de trabalhadores que têm apenas esta loteria disponível para poder entrar na Itália e trabalhar sem riscos? Por que não permitir que um empregador chegue à Itália e contrate um trabalhador ou trabalhadora a qualquer momento, com todas as garantias previstas em lei, mas sem a necessidade de definir um dia de clique? Evitando assim, entre outras coisas, sobrecarregar os escritórios envolvidos no processo, em particular as prefeituras e as sedes da polícia, que já estão perpetuamente com problemas e com falta de pessoal. A introdução de um canal adicional, como o do patrocinador – conforme previsto em nosso projeto de lei – com a possibilidade de apoiar a entrada de estrangeiro para permitir o ingresso no mercado de trabalho, mediante uma série de garantias iniciais, tornaria entrada em nosso país verdadeiramente flexível”.

Depois há, segundo os promotores da iniciativa, outra questão a resolver. “Com a legislação em vigor – explicam -, não há como contratar e regulamentar uma pessoa que já está na Itália mas não tem documentos, porque talvez tenha entrado com visto de turista e depois ficado em nosso país, encontrou um trabalho, mas não tem como obter uma autorização de residência. Esta é a história de dezenas de milhares de pessoas empregadas no setor doméstico ou de cuidados em particular, que nos últimos vinte anos foram regularizadas por meio de várias anistias, a última em 2020. Para essas pessoas, o decreto de fluxo é o único. forma de poder regularizar a sua situação mesmo à custa de sair e regressar de Itália. Não é por acaso que em junho de 2022, entre as intervenções de simplificação do governo Draghi ao decreto de fluxos, muitas das quais também contempladas no decreto-lei, se vislumbrou a possibilidade de permitir o acesso de pessoas já presentes na zona ao recrutamento procedimento e imediatamente disponível para trabalhar. Acreditamos que essa possibilidade deve estar sempre assegurada nos decretos de fluxo e que, portanto, deve constar no decreto de conversão. Sem prejuízo da nossa proposta de introdução de um mecanismo de regularização individual, sempre acessível quando há oferta de emprego, o que permitiria enfrentar a montante o problema da irregularidade”.

Por ser estrangeiro, é “imprescindível intervir para garantir maior proteção aos trabalhadores sujeitos ao procedimento de entrada. Constatamos que no passado, em muitos casos, após a chegada à Itália, o recrutamento não foi bem-sucedido, deixando essas pessoas na mais absoluta incerteza e sem autorização de residência. Por este motivo, é necessário prever que nos casos de não finalização do recrutamento por motivos exclusivamente imputáveis ​​ao empregador, seja emitida ao cidadão estrangeiro uma autorização de residência para aguardar emprego, que confira a possibilidade de encontrar outro posto de trabalho e convertê-lo em visto de trabalho”.

Por fim, Eu era estrangeiro manifesta “uma preocupação muito forte com outras intervenções previstas no decreto, a começar pelos limites colocados ao acesso à instituição de proteção especial. As cerca de 10.000 pessoas a quem esta forma foi reconhecida saíram da precariedade, são regulares e podem trabalhar legalmente com todas as proteções. Por que eliminar essa possível ferramenta de inclusão, relegando milhares de pessoas a uma condição de irregularidade e, consequentemente, de exploração e chantagem, em total contradição com as necessidades de segurança enfatizadas pelo governo?”

A concluir, a campanha sublinha como “as intervenções previstas no decreto governamental estão desorganizadas, sem rumo, sem uma visão global sobre a questão migratória: penas mais duras, falar sem distinção de traficantes e contrabandistas, aumentar os centros de repatriação, limitar o reconhecimento de especial proteção, remodular os decretos de fluxos sem mudar o sistema são medidas inadequadas para gerir um fenômeno complexo que requer uma reforma profunda e estrutural que coloque no centro a vida e a dignidade das pessoas”.


A campanha Eu era estrangeiro é promovida por: Radicais Italianos, Fundação Casa da Caridade “Angelo Abriani”, ARCI, ASGI, Centro Astalli, CNCA, A Buon diritto, CILD, Federação das Igrejas Evangélicas da Itália (FCEI), Oxfam Italia, ActionAid Italia, ACLI, Legambiente Onlus, ASCS – Agência Scalabriniana de Cooperação para o Desenvolvimento, AOI, com o apoio de numerosos prefeitos e dezenas de organizações.

Para informações e contactos: [email protected]

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