Luteranos.  Reitor Carsten Gerdes no Sínodo Valdense: o arco-íris de Deus

Luteranos. Reitor Carsten Gerdes no Sínodo Valdense: o arco-íris de Deus

O Reitor do CELI, Pastor Carsten Gerdes falou hoje durante os trabalhos do Sínodo Valdense: somos, como protestantes e recordando os cinquenta anos do Acordo de Leunberg, o arco-íris de Deus.

O reitor do CELI, acompanhado de sua esposa, Magdalena Tiebel-Gerdes, pároca da Comunidade de Ispra-Varese, trouxe as saudações do CELI, ou melhor, das quinze comunidades luteranas da Itália.

Carsten Gerdes recordou as dificuldades que as Igrejas também enfrentaram durante a pandemia. “Nem tudo correu bem – disse Gerdes – perdemos amigos, comunidades, entes queridos, empregos, etc…”

Mas talvez, continuou o Reitor, como Igrejas estejamos conscientes de que muita coisa na nossa vida quotidiana precisa de ser mudada.

Ser Igrejas pequenas, sublinhou, não nos isenta de rejeitar o apelo ao compromisso com a criação e as alterações climáticas.

Recordando o 50º aniversário do Acordo de Leunberg, o Reitor do CELI quis recordar o arco-íris como símbolo do mundo protestante.

“Somos um arco-íris que é acima de tudo uma ponte colorida, sempre semelhante mas sempre diferente, que liga as pessoas umas às outras. Um símbolo que nos fala não só das diversidades que convivem e juntas revivem a sociedade, mas do quanto a multiplicidade de cores, sensibilidades e diversidades deve ser defendida por quem a quer reduzir a uma única cor. Por aqueles que querem transformar as nossas sociedades e as nossas comunidades, a Europa, numa fortaleza «monocromática»”.

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Você precisa saber sentar em círculo, quebrar as diferenças de poder e olhar o Outro nos olhos. Precisamos nos reconhecer no Outro e no Outro. Por trás da violência de deixar morrer nossos irmãos e irmãs, está latente a ideia de que eles são um pouco menos humanos do que nós, um pouco menos pessoas, portanto tendo um pouco menos de direito de escolher para onde ir e que vida querem. Mas como cristãos temos outro olhar, certo? Deus não foi feito homem por meio de Jesus Cristo? Não foi Deus quem primeiro quebrou essa hierarquia, essa distância? E Jesus, em sua corporeidade, não representa toda a humanidade, com igual dignidade e liberdade? O próprio Jesus nos ensina a ir ao encontro do Outro para nos reconhecermos. Fá-lo através de figuras marginalizadas, fá-lo através das mulheres, dos pobres, dos doentes. Jesus cruza continuamente as linhas entre puro/impuro, sagrado/profano, escravo/mestre, pobre/rico, vida/morte[4]. 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Otimizado por Lucas Ferraz.