Roma (NEV/CELI), 1Âş de outubro de 2020 – A Igreja EvangĂ©lica Luterana na Itália (CELI), Ă s vĂ©speras da primeira sessĂŁo do XXIII SĂnodo prevista para 9 a 11 de outubro de 2020, publica uma entrevista com o reitor Heiner Bludau.
Um sĂnodo em formato reduzido, escrevem os luteranos, mas “exatamente por isso, um sinal forte nestes tempos difĂceis da pandemia: nos reencontramos. Decidimos juntos".
Cerca de 50 membros sinodais confirmaram sua participação. No centro, como tambĂ©m diz o tĂtulo, "Escolha = Wählen": as eleições do presidium sinodal e dos leigos do consistĂłrio, mas tambĂ©m um olhar para o futuro. As obras serĂŁo realizadas respeitando as normas anti-covid. “A segurança dos participantes está garantida” asseguram os organizadores. Distância, máscara, ventilação regular das instalações.
Relatamos a seguir a entrevista com Dean Heiner Bludau editada por Nicole Steiner.
SĂnodo digital ou presencial. Uma decisĂŁo difĂcil?
Na verdade, nĂŁo foi uma decisĂŁo fácil e difĂcil. No final, o fator decisivo foi a vontade de participar dos sinodais.
Um sĂnodo que será completamente diferente dos anteriores…
Exato. Contará com uma agenda mais do que concentrada e muitas medidas de segurança anti-Covid rigorosas. NĂŁo haverá espaço para muitas das coisas que gostarĂamos de discutir e decidir. O tempo disponĂvel Ă© muito limitado. Temos prazos a cumprir, a aprovação dos trabalhos do ConsistĂłrio, a eleição do novo Presidium e dos leigos do ConsistĂłrio. Será um sĂnodo entre nĂłs, novamente por questões de segurança tivemos que abrir mĂŁo de contribuições externas com o objetivo de reduzir os tempos ao mĂnimo. Mas o que importa Ă© que nos encontraremos. E estou feliz com isso. Por isso todos devemos ser gratos. Para mim, pessoalmente, este “Nos encontramos de novo!” Ă© um sinal muito importante porque para mim ser igreja nĂŁo Ă© sĂł anunciar a boa nova, a igreja vive em comunidade, a igreja Ă© uma comunidade viva.
A pandemia de Covid marcou fortemente o último ano da(s) igreja(s). E ainda não conseguimos ver o fim disso. A experiência da Covid, por outro lado, colocou muitas coisas em movimento…
No SĂnodo somos chamados a traçar o caminho para os prĂłximos anos, temos que decidir o que levar adiante, como seguir adiante. Como lidar com as restrições ainda em vigor e prever como reagir a novas medidas.
No Ăşltimo SĂnodo, foi estabelecida uma comissĂŁo digital. A pandemia necessariamente antecipou muitas coisas que vĂŁo exatamente nessa direção. Qual Ă© a sua posição sobre a questĂŁo digital?
O perĂodo de bloqueio mostrou que reunir-se como uma comunidade digitalmente nĂŁo Ă© apenas possĂvel, mas tambĂ©m pode ser frutĂfero. É um processo que foi iniciado por necessidade, sabemos disso. Um processo sem dĂşvida importante para o futuro da Igreja. Mas agora Ă© tambĂ©m uma questĂŁo de refletir sobre essas experiĂŞncias, refletindo juntos. Precisamos avaliar como proceder com o digital. O que Ă© bom, o que nĂŁo Ă©? Onde estĂŁo os limites? Tudo isso nĂŁo vai acontecer da noite para o dia, Ă© um processo que precisa de tempo, que vocĂŞ nĂŁo deve forçar. O digital pode substituir muitas coisas, mas nĂŁo tudo. O modo online ajudou nossa igreja a manter um senso de comunidade durante a separação social. Mas atingimos limites. Depois do SĂnodo, tambĂ©m se reunirá a conferĂŞncia paroquial e devo confessar que estou muito feliz por, depois de muitas videoconferĂŞncias, podermos finalmente nos ver face a face. O que nĂŁo exclui a possibilidade de continuarem a ver-se mesmo por videoconferĂŞncia. E isso tambĂ©m se aplica ao ConsistĂłrio. O CELI Ă© uma igreja pequena com possibilidades limitadas, mas nos Ăşltimos meses desenvolvemos uma grande criatividade para poder viver e transmitir a comunidade. E isso de maneiras muito diferentes. E devo dizer que o bloqueio de certa forma nos aproximou. E isso permanecerá. Mas tambĂ©m temos que criar novas raĂzes. A gente tem que refletir sobre muitas coisas... E isso se faz melhor juntos, numa troca direta, no contato direto, frente a frente.
No sentido de nĂŁo apenas voltar ao normal?
Exatamente. A situação mudou em todos os lugares. Podemos e devemos aprender uns com os outros. Temos que nos adaptar Ă s novas formas de contato com as pessoas, nĂŁo será mais possĂvel planejar certas coisas com antecedĂŞncia. Flexibilidade Ă© a ordem do dia. Isso tambĂ©m se aplica ao nosso SĂnodo, ainda nĂŁo Ă© cem por cento certo que ele realmente acontecerá. Estamos prontos, mas tambĂ©m sabemos que a ordem de suspender tudo ainda pode chegar no dia 8 de outubro. Mesmo nesta conjuntura, devemos ser flexĂveis e estar prontos para uma solução alternativa.
Um dos A tarefa da Igreja é também fornecer pontos de referência?
De fato, esta Ă© uma contribuição muito importante que a Igreja deve e pode dar. A fĂ© fornece pontos de referĂŞncia. O Reino de Deus nĂŁo consiste na mera realização de objetivos polĂticos. A perspectiva do reino de Deus nos dá segurança e serenidade e nos permite um certo distanciamento dos problemas atuais. A fĂ© Ă© outra dimensĂŁo que nos permite enfrentar as coisas com certa serenidade. O que nĂŁo significa que sejamos insensĂveis, que nĂŁo participemos. Mas, como igreja hoje, temos certeza de que tambĂ©m há algo mais…
Uma espécie de distância de segurança, mas sem distanciamento?
Certo. Estamos bem cientes dos problemas. NĂłs os enfrentamos. Envolvemo-nos, ajudamos, levantamos a nossa voz. Quer seja a questĂŁo dos refugiados, onde somos muito ativos a nĂvel nacional e local, ou outra coisa, pequenas mudanças. Há poucos dias, iniciamos uma campanha de arrecadação de fundos para a ONG Refugee4Refugees, ativa no campo de Moria, em Lesvos. Juntamente com outras igrejas protestantes na Itália, no âmbito da Federação das Igrejas Protestantes na Itália (FCEI), apoiamos vários outros projetos para migrantes. Ecologia e sustentabilidade sĂŁo temas cada vez mais importantes para nĂłs. Procuramos estar presentes onde quer que haja necessidade. Isto demonstra a diversidade dos nossos projetos: para os idosos e deficientes, para as crianças, para as pessoas de difĂcil contexto social, para os refugiados… Mas em tudo isto nĂŁo esqueçamos a cultura e sobretudo a pastoral.
Sem querer antecipar nada: seu relatĂłrio para o SĂnodo começa com um apelo...
"NĂŁo tenha medo!" Este tambĂ©m Ă© o meu lema pessoal para o SĂnodo 2020. Minhas crenças e experiĂŞncias dos Ăşltimos meses… De qualquer forma, estou ansioso para que todos nos encontremos novamente no dia 9 de outubro!
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