Imagem gerada com GPT-3, o modelo de geração de linguagem em grande escala da OpenAI - openai.com (ER/NEV)
Roma (NEV), 16 de marƧo de 2023 ā 2 milhƵes de ajudantes e cuidadores domĆ©sticos, especialmente mulheres, mas nĆ£o só. Cerca de metade dos quais sĆ£o invisĆveis e pagos fora dos livros. Apenas os trabalhadores do setor de serviƧos e mecĆ¢nicos sĆ£o numericamente mais numerosos, com 4,1 e 2,3 milhƵes de pessoas, respectivamente. Os que trabalham no setor domĆ©stico superam os professores e os que trabalham nos transportes (ver Il Sole 24 Ore neste artigo).
Estamos falando de mulheres e homens que cozinham; lavam e passam roupas; limpam cozinhas, salas e banheiros; que cuidam dos filhos dos outros; que acompanham os idosos na jornada, longa ou curta, da velhice. O trabalho domĆ©stico Ć©, na maioria dos casos, realizado por mulheres, tanto no que diz respeito a quem Ć© pago para fazer este trabalho como nas famĆlias (em todos os paĆses europeus hĆ” uma percentagem mais elevada de mulheres do que de homens que se ocupam dos cuidados com os filhos, tarefas domĆ©sticas e cozinha, dados ISTAT). No entanto, pesa sobre os cuidadores e trabalhadores domĆ©sticos uma āsubstituiçãoā de papĆ©is, que implica tambĆ©m um envolvimento relacional, emocional, existencial. Bem como, em alguns casos, a falta de reconhecimento social e econĆ“mico.
Essas pessoas vivem conosco, em nossa sociedade, em nossas casas, frequentam nossas igrejas.
Pedimos ao ministro de evangelização da Igreja Batista de Roma Trastevere, pÔroco Ivano De Gasperisum testemunho.
āA ajuda domĆ©stica Ć© um tema sempre presente que preocupa os ricos, mas nĆ£o só. Este tema tambĆ©m questiona as comunidades religiosas e os cĆrculos de fĆ©. Devemos sempre ter clareza sobre os limites entre experimentar um privilĆ©gio, um apoio e o que poderĆamos definir como exploração realā, diz o pastor.
āĆ o pĆ£o de cada dia para nós ā continua De Gasperis ā acompanhar essas irmĆ£s, essas famĆlias, esses irmĆ£os. Freqüentemente, famĆlias inteiras estĆ£o envolvidas neste trabalho, Ć s vezes esposas e maridos sĆ£o separados porque trabalham em famĆlias diferentes. Eles vivem em situaƧƵes difĆceis. Recentemente, conversei com uma mulher que queria parar. Porque quase se tornam mĆ£es dos filhos que cuidam. HĆ” mĆ£es que se desinteressam completamente dos filhos naturais. MĆ£es e pais que delegam, que confiam quase totalmente a educação dos filhos a babĆ”s; empregadas domĆ©sticas que quase se tornam esposas de maridos com quem talvez nĆ£o haja mais um bom relacionamento. Onde talvez existam casais divorciados. Em alguns casos, esses colaboradores se veem tendo que fazer a mediação entre um e outro".
Imagem gerada com GPT-3, o modelo de geração de linguagem em grande escala da OpenAI ā openai.com (ER/NEV)
ā¦āsacrificar-se como membros da famĆliaā
A estas ānossas irmĆ£sā, a estes ānossos irmĆ£osā, Ć© pedido que āvivam para os outros, portanto, que se sacrifiquem como se fossem membros da famĆlia. Eles se dirigem aos empregadores como 'minha avó'. Eles vivem juntos, Ć s vezes desenvolvendo patologiasā, continua o pastor. Algumas dessas pessoas tĆŖm contato limitado com o mundo exterior, ājustamente pelo trabalho delicado que realizam. Alguns empregadores atĆ© os fazem prometer nĆ£o ver ninguĆ©m, trancam os cuidadores e os idosos durante anosā (pense no perĆodo da pandemia).
Essas pessoas ātornam-se mĆ£es, esposas, filhas. Ćs vezes, eles sĆ£o mal pagos ou, se pagos honestamente, certamente nĆ£o sĆ£o pagos por esse tipo de 'performance'. Fala-se inclusive de um novo perfil psicopatológico, a 'sĆndrome italiana'. Uma forma de depressĆ£o. Pensemos, por exemplo, em quantos sĆ£o obrigados a chorar Ć distĆ¢ncia. Ou, de volta ao seu paĆs de origem, encontram-se em casa com maridos que jĆ” eram um casal estĆ”vel com outra mulher e com filhos que as odeiam porque se sentiram abandonadas quando suas mĆ£es vieram trabalhar na ItĆ”liaā.
Workshop sobre casa, famĆlia e trabalho domĆ©stico
No próximo dia 23 de marƧo (Ć s 10h na Sala Salvadori da CĆ¢mara dos Deputados, em Roma) a segunda papel do Relatório 2023 FamĆlia (Net) Trabalho, "Workshop sobre casa, famĆlia e trabalho domĆ©stico". Editado pelo Centro de Estudos e Investigação Idos, este relatório centra-se na necessidade familiar de mĆ£o-de-obra estrangeira no sector dos cuidados e assistĆŖncia ao domicĆlio. Entre os palestrantes tambĆ©m JĆŗlia Gori, oficiais de projeto do programa de refugiados e migrantes da Federação das Igrejas EvangĆ©licas da ItĆ”lia (FCEI), "EsperanƧa do MediterrĆ¢neo", representando a campanha "Fui estrangeiro" Ć qual a própria FCEI adere. Giulia Gori vai chamar a atenção para a questĆ£o da falhada regularização de 2020 ("Fui estrangeira" de facto faz um acompanhamento atento das prĆ”ticas, donde resulta que ao fim de trĆŖs anos alguns territórios jĆ” realizaram cerca de metade delas). AlĆ©m disso, a proposta de superação do sistema de cotas do decreto de fluxo, cotas que, aliĆ”s, nĆ£o contemplam as pessoas que exercem o trabalho domĆ©stico, portanto, impossibilitadas de regularizar-se. Em cima da mesa, fui estrangeiro ainda pƵe o pedido de abertura a autorizaƧƵes de residĆŖncia para trabalho ou a uma regularização que permita a saĆda do trabalho nĆ£o declarado.
O Relatório 2023 serĆ” apresentado na Ćntegra em novembro deste ano e estĆ” dividido em 4 capĆtulos, cada um dos quais a cargo de um dos parceiros do projeto, promovido pela Assindatcolf em parceria com o Censis, Effe (European Federation for Family Employment & Home Care), Fundação de Estudos de Consultores Trabalhistas e Centro de Estudos e Pesquisas Idos.
Para saber mais:
01/03/2023 Migrantes, Assindatcolf-Idos: para o setor domĆ©stico fluxos fechados hĆ” 12 anos, cuidadores e trabalhadores domĆ©sticos nĆ£o estĆ£o mais disponĆveis
09/03/2023 Migrantes, Assindatcolf: Governo estende decreto de fluxo tambƩm a empregadas domƩsticas e cuidadoras
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