“Não há futuro sem fraternidade e solidariedade”

“Não há futuro sem fraternidade e solidariedade”

Desenho de Anna Contessini retirado de www.cipax-roma.it/galleria_contessini/index.html

Roma (NEV), 23 de outubro de 2019 – “Não há futuro sem fraternidade e solidariedade” é o título da XVIII Jornada Ecumênica do Diálogo Cristão-Islâmico, que será celebrada em toda a Itália no dia 27 de outubro.

As igrejas protestantes também participam do dia. Nascido da ideia de um grupo de intelectuais, religiosos e professores universitários em 2001, no rescaldo da tragédia das Torres Gémeas, o Dia produz todos os anos um apelo ao diálogo com o Islão para uma sociedade pluralista, acolhedora e que respeita o ser humano direitos e os valores democráticos e compartilhados de paz, justiça e convivência civil.

O apelo para a décima oitava Jornada Ecumênica do Diálogo Cristão-Islâmico, disponível AQUI em italiano, árabe, inglês e francês, foi elaborado por um comitê promotor nacional, que convida a concordar com o texto.

“A humanidade parece estar presa em uma espiral sem fim de guerra. Os apelos à paz e à fraternidade humana, que vêm também de importantes organismos religiosos internacionais e de líderes espirituais individuais das principais religiões do mundo, são deixados de lado e desprezados», lê-se no apelo, que se inspira no Evangelho e no Alcorão.

Os signatários denunciam a criminalização da solidariedade, a guerra aos refugiados e o racismo cada vez mais violento e agressivo: “Nossa Constituição e a Declaração Universal dos Direitos Humanos são cada vez mais espezinhadas pelas exigências da propaganda e do consenso em clima de campanha eleitoral perene – e conclui -. Estamos vivendo uma fase crucial. É necessário, superando contrastes estéreis, não cair na exasperação e na ansiedade, promovendo contínua e coerentemente até ações mínimas, mas compartilháveis, que fortaleçam o diálogo entre as religiões e a unidade dos homens e mulheres de boa vontade”.

Entre as nomeações, destacamos as seguintes iniciativas.

PARMA, sexta-feira, 25 de outubro. Por iniciativa da Comunidade Islâmica de Parma e da sua província e do Conselho das Igrejas Cristãs (Adventistas do Sétimo Dia, Católicas, Metodistas, Ortodoxas de San Nectario, Igrejas Ortodoxas Romenas), reuniram-se com Mohamed Amin Attarkirepresentante do Centro Islâmico de Parma, e Antonio Cuciniello, arabista e islamólogo da Universidade Católica do Sagrado Coração de Milão. A discussão seguirá. Participam da iniciativa o grupo da Secretaria de Atividades Ecumênicas (SAE) de Parma e a associação Viandanti. Às 20h30 no Centro Islâmico na via Campanini 6 (zona industrial na via Mantova).

CHIAVARI, sexta-feira, 25 de outubro. Diálogo a duas vozes, moderado pelo pároco batista Martin Ibarracom Frei Lorenzo Raniero, dos Frades Menores, professor do Estudo Teológico San Bernardino de Verona, e Izzedine Elzir, Imam de Florença e ex-presidente da União das Comunidades Islâmicas da Itália (UCOII). Aos 21 no Auditório San Francesco di Chiavari na Piazza Matteotti. Paralelamente à iniciativa, a exposição “Francesco e o Sultão – O encontro na outra margem” com curadoria da Fundação Encontro de Amizade entre os Povos de Rimini, montada em Chiavari de 23 a 27 de outubro no foyer do Auditório e em Rapallo de 29 a 31 de Outubro no Liceo “Da Vigo – Nicoloso”, na sucursal de Clarisse.

TURIM, domingo, 27 de outubro. “1219-2019 passos da fraternidade”. Em 1219 aconteceu o histórico encontro entre São Francisco de Assis e o sultão Al-Malik al-Kāmil. O dia é organizado pela Rede de Diálogo Cristão-Islâmico de Turim, que inclui mesquitas, igrejas cristãs de todas as denominações, incluindo batistas, valdenses e luteranas, associações religiosas e numerosas, grupos, centros culturais. Às 18h30, no Teatro Cardeal Massaia, na via Sospelo 32/c, o aniversário será celebrado com orações, leituras, discursos, cantos e testemunhos. Entre os convidados, Sonia Ristortoteólogo, professor de religião e imã Abdullah Tchinada Mesquita Sesto, Milão.

Para informações: [email protected] – Aqui o Evento Facebook

Outros eventos acontecerão em outras cidades, incluindo Pisa, Faenza, Vicenza e Verona.

admin

admin

Deixe o seu comentário! Os comentários não serão disponibilizados publicamente

Outros artigos

Agora da religião, Tar acolhe apelo

Agora da religião, Tar acolhe apelo

Roma (NEV), 31 de julho de 2023 – Um aluno da quarta série que não quer mais frequentar as aulas de religião. O nº da escola que frequenta, em Florença, motivado pelo calendário da apresentação do pedido de inscrição no ensino alternativo. E o posterior recurso ao Tribunal Administrativo Regional da Toscana pela família da criança. Tar que dá provimento ao recurso, conforme explica a edição florentina do jornal neste artigo A Repúblicae teria ainda condenado o diretor da escola a pagar três mil euros em despesas. Mas qual é o significado dessa decisão? Nós perguntamos Ilaria Valenzi, advogado, assessor jurídico da Federação das Igrejas Evangélicas da Itália, que modera a seção de estudos da Comissão de Estudos, Diálogo e Integração (COSDI) da mesma Federação. “A decisão do TAR da Toscana afirma um princípio cada vez mais forte, confirmando o que já foi expresso em ocasiões anteriores, sempre em relação ao direito de escolha dos alunos e das famílias: a liberdade religiosa e a liberdade de consciência não podem ser submetidas a compactação, nem mesmo por motivos organizacionais. Embora as escolas necessitem de saber atempadamente a escolha dos alunos em recorrer ou não ao ensino facultativo da religião católica (IRC) e, por isso, seja estabelecido um prazo de ano para ano para fazer essa escolha, esta não pode limitar o direito de mudar de ideia. Da mesma forma, o direito de não recorrer ao IRC pode ser exercido ainda que nos anos lectivos anteriores o aluno tenha optado pela frequência da aula de religião confessional. Uma escolha feita no início do ciclo escolar – explica Valenzi – não pode, de fato, condicionar o exercício de um direito constitucionalmente garantido, que pode ser acionado a qualquer momento com proteção integral. Isso se aplica a todas as etapas do curso de estudo e também após o início do ano letivo. Da mesma forma, a opção pela frequência da “hora alternativa” pode ser solicitada mesmo que o aluno não elegível tenha manifestado previamente uma opção diferente (estudo individual ou saída da escola): quando a opção correta é exercida, a escola é obrigada a ativar o ensino. Em suma, a decisão do Tar confirma que os prazos para o exercício do direito constitucional de liberdade de consciência e religião não podem ser peremptórios: ou seja, não podem ter efeito limitante sobre o direito de escolha, que sempre prevalece”. Entretanto, o ano letivo recomeçará em setembro e o tema provavelmente voltará. Que perspectivas para o futuro, no que diz respeito ao debate sobre a hora da religião? “A porcentagem de alunos e alunas que, principalmente no ensino médio, não fazem uso do ensino da religião católica é um número cada vez mais significativo – afirma Valenzi -. Isso significa, por um lado, que se abre um espaço para um pedido de proteção e a necessidade de vigiar cada vez mais para que o direito à liberdade de consciência e religião não seja violado; por outro, que aumenta o apelo ao pluralismo de ideias, convidando todas as entidades seculares a participarem com propostas de caminhos de inclusão, cidadania ativa e educação para a democracia. Neste sentido, a FCEI quer envolver-se tanto no que diz respeito aos instrumentos de defesa dos direitos dos alunos e das famílias, como com propostas de trabalho e reflexões que tenham em conta as mudanças religiosas e culturais que caracterizam o nosso tecido social. O novo pluralismo religioso é uma realidade que, sobretudo nas escolas, não pode ser ignorada, constituindo também um instrumento essencial para a integração recíproca e para o conhecimento profundo do outro. Isso só pode acontecer respeitando o princípio da laicidade, atentando para a sensibilidade de cada um, sem imposições confessionais”. Para saber mais: ...

Ler artigo
De Karlsruhe 2022 a Chiang Mai 2025: o grande engarrafamento ecumênico

De Karlsruhe 2022 a Chiang Mai 2025: o grande engarrafamento ecumênico

Roma (NEV), 4 de março de 2023 – Será um verdadeiro engarrafamento ecumênico, em termos inequívocos. Dentro de três anos, nada menos que seis organismos ecumênicos internacionais e grandes famílias confessionais realizarão suas Assembléias Gerais em todo o mundo. As agendas, já cheias de compromissos, tornam-se inviáveis; passam a estudar as rotas aéreas ou ferroviárias para chegar à Estônia, aos Estados Unidos ou à Tailândia, tentando (desnecessariamente) buscar aquelas com menor impacto ambiental. E, é claro, os tesoureiros suam frio ao pensar nos custos de participação que, para algumas igrejas, envolvem mais de um evento. Esta é a imagem, entre o entusiasmado e o dramático, que Mário Fisher, secretário-geral da Comunhão das Igrejas Protestantes na Europa (CCPE), delineado perante os representantes dos Conselhos Nacionais das Igrejas Europeias (ENCC), reunidos em Bruxelas de 27 de fevereiro a 1º de março passado. O culpado deste engarrafamento é facilmente identificável: é a pandemia de Covid19 que tem impedido os vários Assisies de cumprirem os seus horários, suficientemente distanciados uns dos outros. Porém, por mais exigente que seja o calendário, o que prevalece é a vontade de restabelecer relações e continuar raciocínios que só fazem sentido olhando-se nos olhos, pessoalmente. Esperando que daqui a seis ou sete anos, quando as mesmas assembleias forem convocadas novamente, o gargalo não se repita e as diversas entidades adotem uma estratégia de sobrevivência para tornar sustentáveis ​​os grandes encontros de fé. De qualquer forma, aqui está a programação. XI Assembleia Geral do Conselho Mundial de Igrejas (CMI) Karlsruhe, Alemanha, 31 de agosto a 8 de setembro de 2022 – Lema: O amor de Cristo move o mundo à reconciliação e à unidade É o único evento já concluído. A Assembléia do CMI voltou à Europa 50 anos depois da última vez, trazendo 4.000 pessoas de todos os continentes para a Alemanha. Um encontro dedicado à inclusão para caminharmos juntos em um mundo dividido e sem paz. Da Itália, participaram delegados e observadores da Igreja Evangélica Valdense, da Obra para as Igrejas Evangélicas Metodistas da Itália, da União Cristã Evangélica Batista da Itália e da Federação das Igrejas Evangélicas da Itália. Para saber o que aconteceu, clique aqui. XVI Assembleia Geral da Conferência das Igrejas Europeias (KEK) Tallinn, Estônia, 15 a 20 de junho de 2023 – Lema: Sob a bênção de Deus – moldando o futuro A Assembleia Geral da CEC será um momento de oração, fraternidade e reflexão pela vida e testemunho das igrejas do continente. Haverá um espaço de escuta e discussão dedicado às igrejas em “áreas de conflito”. Entre os oradores, o ex-arcebispo de Canterbury Rowan Williams e o patriarca de Constantinopla Bartolomeu. As igrejas italianas membros da CEC são a Igreja Evangélica Valdense, a Obra para as Igrejas Evangélicas Metodistas na Itália, a União Cristã Evangélica Batista da Itália, a Igreja Evangélica Luterana na Itália e a Federação das Igrejas Evangélicas na Itália. XIII Assembléia Geral da Federação Luterana Mundial (WLF) Cracóvia, Polônia, 13 a 19 de setembro de 2023 Lema: Um Corpo, um Espírito, uma Esperança Na Polônia, são esperados 355 delegados de igrejas luteranas de todo o mundo, incluindo a Igreja Evangélica Luterana da Itália (CELI). O programa pretende refletir sobre a unidade na fé dos luteranos do mundo e sobre seu compromisso de dar testemunho do evangelho por meio do serviço, da missão e da ação diaconal profética. Uma visita ao Museu e Memorial Auschwitz-Birkenau faz parte do programa. Conferência geral da Igreja Metodista Unida (UMC) Charlotte, Carolina do Norte, EUA, 23 de abril a 3 de maio de 2024 Lema: …e reconhecer que eu sou Deus Já adiada para 2020 e 2022, a Conferência UMC trará entre 5.500 e 7.000 pessoas de todo o mundo para Charlotte. A UMC está sediada nos Estados Unidos, mas é uma igreja internacional com 12 milhões de membros em quatro continentes. Na Europa, os metodistas austríacos, sérvios e alemães são afiliados à UMC, só para citar alguns. Um dos tópicos da Conferência será a discussão sobre a sexualidade humana, que há muito está em andamento nas igrejas da UMC em todo o mundo. VI Assembleia Geral da Comunhão das Igrejas Protestantes na Europa (CPCE), Sibiu, Romênia, 27 de agosto a 2 de setembro de 2024 Lema: À luz de Cristo – Chamados à esperança A Assembleia será também uma ocasião para celebrar o 50º aniversário da acordo de Leuenberg (1973-2023) em torno do qual nasceu o CPCE. O CPCE inclui a Igreja Evangélica Valdense, a Sociedade para Igrejas Evangélicas Metodistas na Itália e a Igreja Evangélica Luterana na Itália. Conselho Geral da Comunhão Mundial das Igrejas Reformadas (CMCR)Chiang Mai, Tailândia, 2025 Lema: Persevere em seu testemunho A Igreja Evangélica Valdense faz parte da CMCR. ...

Ler artigo
Irpinia, uma história que nos pertence

Irpinia, uma história que nos pertence

Roma (NEV), 18 de novembro de 2020 – O terremoto de Irpinia de 40 anos atrás veio com uma violência para a qual ninguém estava preparado. Em poucas horas ficou claro que uma vasta região do sul da Itália foi totalmente destruída e que o país teve que mobilizar todas as suas energias para enfrentar uma tragédia sem precedentes na história do pós-guerra.Nessa conjuntura, a Federação das Igrejas Evangélicas também quis fazer a sua parte organizando os primeiros socorros; os jovens da Federação Juvenil Evangélica (FGEI) se deslocaram, mas também várias comunidades locais, responsáveis ​​de centros juvenis, numerosas obras diaconais.Foi um esforço coral inédito que, em suma, possibilitou várias operações de resgate, algumas das quais se enraizaram e se estenderam para além da primeira emergência: gosto de lembrar a "tenda" de Senerchia onde durante meses foram servidas refeições quentes aos desabrigados ou o trabalho desenvolvido em Ruvo del Monte onde dezenas de voluntários evangélicos da Itália e de todo o mundo animaram um programa voltado para crianças que, além de casa, também perderam a escola.Mas essa foi apenas a primeira fase de uma intervenção que – ficou logo claro – queríamos prolongar no tempo: e o Serviço de Acção Social (SAS) foi criado precisamente para dar coerência e continuidade ao empenho. As igrejas irmãs de vários países europeus estavam prontas para acompanhar a FCEI e suas igrejas componentes em projetos de longo prazo. A ideia orientadora foi a de que não só as casas mas também o tecido económico, social e cultural daquela zona deveriam ser reconstruídos. E com o apoio da Federação, nasceram cooperativas agrícolas, vilas residenciais, centros de reunião. Recordamos a de Monteforte Irpino, perto de Avellino; e de Nápoles Ponticelli, onde ainda hoje se encontra a Casa Mia – centro social Emilio Nitti. Outras iniciativas se esgotaram com o tempo, outras se transformaram. Mas a intenção clara da FCEI era dar continuidade a esta aposta no Sul na esperança de que, precisamente a partir da tragédia do terramoto, pudessem crescer as sementes de uma nova sociedade civil, liberta da chantagem da clientela e das superstições, capaz de promover negócios sustentáveis ​​e produzir uma nova qualidade de desenvolvimento. A crítica explícita era ao modelo decadente das "catedrais do deserto" com as quais o Mezzogiorno - essa era a linguagem da época - havia sido recompensado pelo atraso no desenvolvimento. Iniciou-se assim uma terceira fase de análise e estudo, que deu origem a conferências, livros e um afinamento das várias intervenções.Difícil fazer um balanço dessa época, muito importante para a vida do FCEI. A balança econômica daquela empresa está decididamente no vermelho: algumas iniciativas, principalmente econômicas, fracassaram; outros não cresceram; apenas alguns, ao longo do tempo, conseguiram se reinterpretar e ainda hoje são capazes de oferecer um serviço valioso. Mas também há a avaliação ética desses meses, e as coisas ficam diferentes. Naquela conjuntura, talvez como nunca antes, os evangélicos italianos fizeram algo juntos e puderam contribuir efetivamente para um grande projeto de reconstrução nacional. Muitos jovens daquela época formados entre as tendas de Irpinia e as igrejas que compõem a Federação entenderam a importância de estar juntos e dar ferramentas comuns de trabalho. Para a FCEI foi também uma ocasião de testemunho e pregação ao país na crença de que uma verdadeira reconstrução não diz respeito apenas às pedras, mas deve envolver os corações e as consciências. E essa lição inesquecível permanece viva hoje. ...

Ler artigo

Otimizado por Lucas Ferraz.