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Roma (NEV), 20 de março de 2023 – A Federação de Mulheres Evangélicas Valdenses e Metodistas (FFEVM) inicia, no dia 23 de março, em Florença, quatro dias de encontros para mulheres evangélicas e protestantes, mas não só. Na ordem do dia, entre outras coisas, a eleição do novo Conselho do BCE (agendada para 24 de março). Seguiu-se o Congresso da Federação das Mulheres Evangélicas da Itália (FDEI) de 25 a 26 de março. Também estão agendadas duas mesas redondas públicas (detalhes no final da página).
Gabriella Rustici
NĂłs conversamos sobre isso com Gabriella RusticiPresidente da FFEVM:
“Há muitas mulheres nas igrejas, mas elas nĂŁo sentem a necessidade de estar juntas como antes, para fortalecer seu ser dentro da igreja. Muitos deles podem pensar que nĂŁo tĂŞm tempo, mas com nosso congresso queremos reverter essa preocupação. Na verdade, a federação de mulheres valdenses e metodistas apĂłia todas as mulheres nas igrejas”, explica o presidente Rustici. Como? “Oferecendo ferramentas essenciais de formação, desde notĂcias teolĂłgicas, lidas e vivenciadas, Ă exegese bĂblica, Ă formação especĂfica sobre tarefas e papĂ©is. Com nossas atividades temos contribuĂdo para repensar o cuidado, entendido nĂŁo como um 'acessĂłrio feminino', mas como uma forma de interpretar e viver em pĂłlisportanto, como um ato polĂtico”.
A FFEVM propĂ´s recentemente várias reuniões de norte a sul. Entre elas, a conferĂŞncia "Ambiente, trabalho e territĂłrio" no Christian Service, na SicĂlia. E entĂŁo “Ore, conte, pregue. Teologia feminista no devir das comunidades”, em Ecumene (Velletri, provĂncia de Roma). O encontro sobre as associações de mulheres nas igrejas, em Torre Pellice (na provĂncia de Turim).
Escutando os territĂłrios
“Como crentes, mulheres valdenses e metodistas, nos interessamos pela teologia na formação de comunidades circulares. Estamos interessados ​​em rezar juntos, contar histórias e ouvir. Isso ajuda a fortalecer as atividades da comunidade e também dos pastores. Perguntamo-nos, por exemplo, se o pastorado feminino deveria ser totalmente igual ao masculino. O debate está aberto”, continua Gabriella Rustici.
Outro nó fundamental diz respeito a como responder e ajudar as comunidades em suas diversas necessidades organizacionais: “Uma igreja pequena pode ter dificuldade em organizar uma reunião ou uma atividade. A Federação pode apoiar comunidades individuais. Nossa indicação mais forte neste momento é fazer alianças entre as igrejas. O circuito [insieme di chiese territoriali, ndr] é um elemento importante de nossas igrejas e deve ser valorizado. Desde a possibilidade de organizar sermões conjuntos até catequese. Aliás, já há catequese no circuito”.
Apoiar redes de mulheres e comunidades
Em suma, a Federação de Mulheres EvangĂ©licas Valdenses e Metodistas pretende “Apoiar as redes. Os grupos estĂŁo bem, os sindicatos de mulheres estĂŁo bem, mas Ă© preciso criar redes territoriais, em sintonia com o que poderĂamos chamar de um movimento de repensar os mĂłdulos organizacionais. Há algum tempo ouvimos falar disso e talvez seja a hora de fazĂŞ-lo. NĂŁo se pode viver comunidade a comunidade”.
O Presidente Rustici nos convida entĂŁo a redescobrir o “contato vivo com as igrejas, no sentido de estarmos juntos fisicamente”. Trabalhar durante a pandemia, “em condições absolutamente diferentes das vividas no sĂ©culo passado – continua Rustici – nĂŁo nos impediu de organizar mĂşltiplas atividades. No entanto, certas questões exigem uma discussĂŁo aberta e a presença do nosso corpo. Pensemos, por exemplo, nas questões relativas Ă superação da violĂŞncia contra a mulher”. Em virtude desse novo desejo de estar juntos, o tema do encontro da FFEVM Ă© justamente o versĂculo “A experiĂŞncia produz esperança” (Romanos 5, 4).
“Toda a igreja precisa florescer e se abrir”
“Toda a igreja precisa florescer e se abrir. Se a igreja em crise quer se renovar, tambĂ©m Ă© bom se reunir nas garagens, nas praças, nas estações. NĂŁo faz sentido chorar porque somos poucos. Uma nova histĂłria de evangelização se abre para nĂłs – prossegue o presidente -. A pandemia nos mudou, para melhor ou para pior. Agora, com humildade, coragem e esperança, podemos seguir em frente. Relembrando as uniões de mulheres, para mim que sou apaixonada pelos antigos bordados de nossas mulheres, penso em quantas antes de nĂłs fizemos, lavamos, passamos e engomamos guardanapos. Eram as empresas de costura do inĂcio do sĂ©culo XX. Hoje estamos nos anos 2000 e podemos trazer esse ardor para o nosso tempo”.
Semear de graça, sem necessariamente esperar para ver os frutos
E à nossa pergunta sobre a presença dos jovens, Gabriella Rustici conclui: “Acho que temos que ir além da questão geracional. Sim, nossos meninos e meninas, até filhos e filhas de pessoas da igreja, confirmam e desaparecem. Devemos ter a linguagem dos jovens? Educá-los? Não é correndo atrás da juventude que se resolve. Em vez disso, devemos ser como alguém que semeia uma semente. Somos uma comunidade de fé onde a esperança pode ser encontrada desde o berço até a velhice. Somos uma minoria, é verdade, mas isso é relevante? O cristianismo hoje dá esperança? Tem o frescor que você precisa? A esperança protestante, a esperança evangélica, é a certeza das coisas que se esperam. Em cada semente que plantamos. Enquanto isso vamos semear, essa é a nossa vocação no mundo, desde a ética protestante do trabalho até todos os outros grandes temas contemporâneos. Ser 'semeador', como diz a histórica revista protestante de evangelização. Podemos não colher, mas acho que não devemos ter tanto orgulho de nós mesmos a ponto de querermos ver os frutos. Quem ensina sabe disso. Ensina-se, como um dom gratuito que não se sabe que rumos vai tomar e onde vai brotar”.
Os congressos FFEVM e FDEI acontecerão em Florença de 23 a 26 de março. “A escolha de uma fórmula 'combinada' – lê Riforma.it – é motivada pela necessidade de conter custos, mas também para facilitar a participação em ambos os congressos”.
Aqui o programa completo: Congresso de Cartazes.
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