“Sepofa”.  Parque literário Lilliput inaugurado em Nápoles-Ponticelli

“Sepofa”. Parque literário Lilliput inaugurado em Nápoles-Ponticelli

Roma (NEV), 31 de maio de 2023 – “Sepofà”, pode ser feito. É o que dizem em napolitano. Por exemplo, comunidade e cultura podem ser criadas em um jardim social.

Foi o que aconteceu na passada sexta-feira em Ponticelli, distrito de Nápoles, com a inauguração do parque literário Lilliput, na presença do vice-presidente da Câmara Sérgio Costa.

O parque está localizado no jardim social do parque urbano Fratelli De Filippo, uma área administrada pela creche Lilliput da ASL Napoli 1 junto com inúmeras quitandas. O projeto, que integra comunidade, bairro e pessoas com vícios e fragilidades, é financiado pelo Otto per mille da Igreja Valdense – União das Igrejas Metodista e Valdense.

“Além do vice-presidente Costa, estiveram também presentes várias autoridades locais – disse à agência NEV Salvatore Cortini, diretor do centro social Casa mia – Emilio Nitti de Ponticelli da Obra para as Igrejas Evangélicas Metodistas da Itália (OPCEMI) –. Costa expressou sua gratidão e apreço pelo empenho de nossas igrejas nas áreas social e cultural. Em 2022, foram financiados mais de 50 projetos em nossa Região, a maioria dos quais na área de Nápoles, nos subúrbios e em antigas áreas industriais. Aqui, muitas associações fazem um enorme trabalho social e solidário para as famílias, para as pessoas que têm necessidades específicas de assistência, mesmo em situações de degradação onde as instituições lutam para chegar. Em junho haverá também outras iniciativas, junto com outras redes territoriais, que atuam com projetos de apoio e acolhimento escolar”, finalizou Cortini.

A iniciativa foi realizada pela cooperativa social “Sepofà”, explica seu colega no Il Mattino Alexander Button, juntamente com as associações Art33 Cultural Hub e Dal Sociale. O jardim social Ponticelli, nascido em 2015, contou com a colaboração de moradores e voluntários para recuperar uma grande área do parque municipal na via Malibran. Hoje tem duzentos terraços e jardins, espaços de entretenimento, obras de arte e instalações.

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Se você não ligar para sua família e conseguir algum dinheiro, no dia seguinte eles pedem mais dinheiro, queimam seu corpo… "Nós vamos te vender", ouvimos todos os dias. Eles gritam isso para nós. Eles jogam água em você para acordá-lo. É impossível viver na Líbia, eu estava prestes a enlouquecer. Eu vi a morte, se você não se salvar ninguém vai te salvar”, continua. “Conseguimos fugir, de novo, com um grupo, mas eles nos pegaram de novo. Nesse ínterim, tive problemas nas costas, eles quebraram para mim. Fiz uma operação, fui com a cadeira à frente de um gabinete (de uma instituição supranacional, ed) e fizeram-me a operação, depois de 3 meses voltei a andar”. Ele mora na Sicília há um ano, estuda italiano e, como os outros beneficiários dos corredores humanitários, obteve proteção internacional, o status de refugiado. “Aqui tudo é diferente, você pode sonhar em trabalhar, pode estudar, pode construir um futuro pequeno, um pouco de independência, seguir em frente”. E o futuro? “Me vejo com um projeto pequeno, com uma família, com filhos, e gostaria de ajudar quem precisa. Para mim, o importante é a paz”. Projetos futuros são difíceis de imaginar, a migração, aliás a Líbia, parece cancelá-los, se é que algum dia existiram. Acontece que o único sonho é sobreviver. Ou escapar daquele inferno, ou ambos. E memórias, mesmo essas, são difíceis de verbalizar. Ta'ah Ali Mohammed tem 21 anos, nasceu no Sudão, e do seu país natal diz “não houve nada, só problemas. Fui para a Líbia com 14 anos, sozinho, fui de um inferno a outro. Eu estive na Líbia por 4 anos, a "mínima coisa" que pode acontecer com você lá é a prisão. A Líbia é pior que a máfia”, diz ele. Ele tem sérios problemas de saúde, enfrenta uma longa jornada de atendimento médico, com terapias complexas e alguns problemas insolúveis, essencialmente. Como você está agora?, pergunto a ele. “Um ano é como um mês, aqui o tempo voa”, responde, rindo. “Tenho certeza que vou melhorar, desde que haja vontade, é difícil sonhar mas se você acreditar você chega lá... Com certeza meu futuro, minha vida, melhora. Sou uma pessoa que adora estar com os outros, adoro tudo no Scicli, vai correr tudo bem”. ele sorri muito Metwakel Brima, O jovem de 27 anos, natural do Sudão do Sul, diz que procura fazer sorrir também os outros companheiros desta aventura, os miúdos com quem partilha o espaço e a vida na Casa delle Culture. “Sinto-me bem, em um ano e meio nunca vi racismo… Não, não tenho amigos italianos. Faço biscates, estudei italiano”, conta. No próximo ano, ele fará o exame da oitava série. Qual é o seu dia típico? “Tomo café, se tem trabalho vou trabalhar, vejo vídeos no youtube, pra praticar italiano também dessa forma. À tarde vou ao parque com os amigos, preparo o jantar, depois vou para a cama, nas horas vagas estudo mais do que qualquer outra coisa”. Sua melhor lembrança é “quando eu era criança”, sua maior paixão “a história do Sudão”. Metwakel Brima A memória do Sudão e da infância é a primeira coisa que se revela nas palavras de Ahmer Hussain, nascido em 1998, agricultor: “Eu ajudava minha mãe no Sudão no campo, todos os dias, depois da escola, tínhamos uma vida normal. Aqui na Sicília cultivamos tomates, favas, cebolas, beringelas, no Sudão leguminosas e cenouras. Eu gostaria de ter minha própria terra." Em 2011, a guerra, a decisão de fugir para a capital sudanesa, Cartum: “Mas também houve problemas lá, eles nos chutaram... Não sei onde estão meus pais. Minha irmã ainda mora em Cartum, conversamos de vez em quando”. E então a Líbia. “Economizei dinheiro para ir para a Líbia. Fiz uma viagem de quase dois meses pelo deserto de carro via Chad em 2017. 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