Decreto de imigração, eu era estrangeiro: provisão inadequada
Roma (NEV), 4 de maio de 2023 – O decreto do governo sobre imigração agora é lei. Para as organizações que promovem a campanha Eu era estrangeiro, que também é membro da Federação das Igrejas Evangélicas da Itália, “isso não é uma boa notícia”. Segundo Ero Straniero, seria uma medida: “inadequada face às entradas de trabalho no nosso país dado que, apesar das proclamações sobre o aumento regular dos fluxos, das promessas ao mundo produtivo carente de mão-de-obra e das intervenções mínimas para maior agilidade dos procedimentos, o sistema de contratação de estrangeiros continua sendo o, insuficiente e ultrapassado, de vinte anos atrás. Nem mesmo os previsíveis resultados do click day de 27 de março do ano passado, com mais de 240.000 pedidos de emprego contra 82.000 vagas disponíveis, serviram para pressionar o governo a dar um passo à frente e permitir que todos os empregadores que o solicitassem pudessem contratar o homem e trabalhadoras de que precisam nos próximos meses; desumano porque limita o acesso à protecção especial e priva milhares de pessoas que já se encontram em Itália e que aqui construíram relações e estabeleceram laços familiares e laborais, da possibilidade de sair da invisibilidade, obrigando-as novamente a viver na precariedade e provocando a criação constante de irregularidade; ilegítimo porque o respeito pela vida privada e familiar é um direito consagrado no artigo 8.º da Convenção Europeia dos Direitos do Homem (CEDH) e o nosso país tem a obrigação de assegurá-lo e não de negá-lo, como de facto prevê a intervenção do Governo sobre proteção especial; inúteis porque continuamos, já há vinte anos, a iludir-nos de que basta construir CPR em todas as regiões e aumentar os tempos de detenção para resolver o problema da irregularidade, quando já se constatou que o número de repatriamentos efectuados todos os anos é muito menor do que o número de pessoas mantidas nessas estruturas onde o abuso e a violência estão na ordem do dia; errado e contraproducente em termos de inclusão e segurança social porque o sistema de acolhimento é intervencionado cortando serviços e impedindo o acesso ao circuito SAI e o acolhimento generalizado de requerentes de asilo: o governo opta por negar o precioso trabalho de autarcas e organizações da sociedade civil nos últimos anos para uma acolhida voltada para a inclusão nos territórios das pessoas que chegam à Itália e se casa com a abordagem míope e perigosa dos decretos Salvini de 2018 porque se pretende criar precariedade, invisibilidade, exploração, com o objetivo de transformar imigração um problema, um bicho-papão a abalar e não uma oportunidade para a sociedade”.
Por isso, hoje a campanha renova seu compromisso de “reformar a gestão dos fluxos migratórios em nosso país e garantir aos estrangeiros que aqui vivem e trabalham dignidade, oportunidade e participação”, conclui uma nota divulgada hoje por Ero Straniero.
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