Roma (NEV), 7 de março de 2023 – A campanha Eu era estrangeiro, à qual também adere a Federação das Igrejas Protestantes da Itália (FCEI), intervém sobre a tragédia de Cutro.
“Nos Ăşltimos dias houve apelos, com diferentes tons, Ă necessidade de gerir os fluxos migratĂłrios e garantir a possibilidade de chegar a Itália de forma segura – lĂŞ-se numa nota hoje divulgada -. Como campanha fui estrangeiro, hoje sentimos a necessidade de esclarecer, na grande confusĂŁo de tĂtulos, declarações, análises apressadas a que assistimos, sublinhando alguns pontos firmes da nossa visĂŁo quanto ao tema da entrada para trabalho que Ă© o área com a qual lidamos.O primeiro ponto fixo Ă© a obrigação – nacional, europeia, internacional – de garantir Ă s pessoas que fogem canais seguros e dedicados que lhes permitam ser acolhidas e encontrar proteção. Por outro lado, no que diz respeito aos fluxos de trabalho, desde 2017, pedimos uma alteração profunda ao atual sistema de entrada, mais de vinte anos apĂłs a sua introdução, uma vez que nĂŁo funciona, Ă© de difĂcil acesso para homens e mulheres trabalhadoras, nĂŁo consegue satisfazer as exigĂŞncias do mundo produtivo - como sublinham as associações patronais de muitos sectores - e continua a criar e alimentar irregularidades e trabalho nĂŁo declarado. Este Ă© o segundo ponto fixo: hoje sĂł pode entrar na Itália quem já tem contrato e exclusivamente dentro das cotas e setores de trabalho definidos pelo decreto de fluxo, nĂŁo com base nas necessidades concretas das empresas. Na prática, o empregador deve enviar o trabalhador do exterior já com o compromisso de contratá-lo, mesmo que – presumivelmente – nunca o tenha visto. AlĂ©m disso, nĂŁo há como contratar e legalizar uma pessoa já presente na Itália, mas sem documentos, com quem talvez vocĂŞ já tenha uma relação de trabalho informal (como costuma acontecer no cuidado e no trabalho domĂ©stico). Outro ponto fixo de nossa análise: o verdadeiro mĂ©todo de recrutamento e estabilização na Itália foi e continua sendo o recurso Ă s anistias periĂłdicas, como vimos a partir de 2002. Uma negação de facto das escolhas polĂticas feitas atĂ© agora e uma admissĂŁo de impotĂŞncia”.Face a tudo isto, “pensamos que nĂŁo sĂŁo suficientes os ajustamentos mĂnimos feitos recentemente ao decreto de fluxos que, embora confirmem o aumento de quotas já previsto no ano passado, nĂŁo põem em causa o mecanismo excessivamente rĂgido. Já a campanha Eu era um estranho propõe uma abordagem pragmática, que parte do que acontece na realidade. Identificamos duas intervenções de reforma: a introdução de canais de entrada mais flexĂveis (como a introdução da figura do patrocinador ou de uma autorização de procura de emprego) que sejam verdadeiramente acessĂveis aos trabalhadores de paĂses terceiros e que, ao mesmo tempo, respondam a as necessidades do nosso mundo produtivo. Outra intervenção fundamental: a possibilidade de regularizar as pessoas já presentes na Itália se tiverem disponibilidade de trabalho, com um mecanismo de regularização individual, sem necessidade de nova anistia. Acreditamos que estes sĂŁo os Ăşnicos caminhos a seguir para tentar limitar o uso de viagens com risco de vida e devolver a dignidade a quem, mesmo sem autorização de residĂŞncia, contribui para o progresso social e econĂłmico do paĂs. Oferecemos ao governo e a todo o parlamento essas ferramentas, resultado de anos de trabalho conjunto de inĂşmeras organizações e de discussões com os territĂłrios e o mundo produtivo. AlĂ©m das restrições Ă s licenças: o objetivo comum sĂł pode ser, finalmente, aquela reforma evocada por todos, mas nunca perseguida atĂ© o fim”.
A campanha Eu era estrangeiro é promovida por: Radicais Italianos, Fundação Casa da Caridade “Angelo Abriani”, ARCI, ASGI, Centro Astalli, CNCA, A Buon diritto, CILD, Fcei – Federação das Igrejas Evangélicas na Itália, Oxfam Italia, ActionAid Italia, ACLI , Legambiente Onlus, ASCS – Agência Scalabriniana de Cooperação para o Desenvolvimento, AOI, com o apoio de numerosos prefeitos e dezenas de organizações.
Para informações e contactos: [email protected]
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