Diálogo ecumênico em nosso tempo

Diálogo ecumênico em nosso tempo

Torre Pellice (Turim), 29 de agosto de 2018 (SSSMV/12) – A coletiva de imprensa do Sínodo das igrejas metodistas e valdenses foi dedicada ao tema do ecumenismo, tanto o externo voltado para outras confissões cristãs quanto o intraprotestante , realizada esta manhã na casa valdense em Torre Pellice.

O pastor Fulvio Ferrariodecano da Faculdade Valdense de Teologia em Roma, apresentou o documento “Diálogo ecumênico em nosso tempo” que será discutido na sessão sinodal de amanhã à tarde.

“É um documento que não pretende ser ‘normativo’, mas sim uma ferramenta de referência para reflexão e orientação para nossas igrejas”, explicou Ferrario. Este é o primeiro texto sobre este tema apresentado no Sínodo desde 1998. “A intenção – acrescentou Ferrario – é dar conta do novo clima ecumênico criado com a eleição do Papa Francisco”.

Em particular, questiona-se se o clima de fraternidade criado sobretudo pelas visitas de Francisco à igreja valdense de Turim em 2015, a Lund para o início das comemorações dos 500 anos da Reforma Protestante em 2016 e a sede do Conselho Ecumênico das Igrejas (CEC), em junho passado, em Genebra, teve repercussões “na vida cotidiana das Igrejas e no mútuo reconhecimento teológico”.

O pastor batista também falou na coletiva de imprensa Cristina Arquidiácona que introduziu o tema das relações ecumênicas interprotestantes e em particular entre as igrejas metodistas e valdenses e a União Cristã Evangélica Batista na Itália (UCEBI).

“Relatórios BMV [l’acronimo dei progetti di collaborazione tra Battisti, Metodisti e Valdesi, n.d.r.] eles já são antigos – disse Arcidiacono – e vêem uma multiplicidade de colaborações, desde a “Reforma” semanal comum até o reconhecimento mútuo dos ministros do culto”.

O Sínodo e a próxima Assembleia Batista, marcada para novembro próximo, questionam a oportunidade de organizar nos próximos dois anos a convocação conjunta de uma Assembleia/Sínodo em que as duas assembleias “se encontrariam para discutir questões relacionadas ao testemunho comum na Itália” .

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A insônia de um jovem filósofo de vinte e oito anos diante dos pesadelos que assombravam a Europa naqueles anos me lembrou a curta passagem bíblica que acabamos de ouvir: um rei insone, Mordecai, manda que o livro de memórias seja trouxe para ele. A insônia de Levinas também traz à mente um conto de Dino Buzzati “Novos amigos estranhos”. Aqui, o engenheiro Stefano Martella se encontra, após sua morte, em um lugar estranho onde não há desejos, onde não há medos, onde não há pesadelos, até porque os sonhos não se sonham naquele lugar. No entanto, só se você tiver coragem de sonhar, você pode ter pesadelos, e só se você tiver pesadelos você fica acordado à noite se revirando na cama com o livro de memórias no travesseiro. Bem-vindos, então, aos sonhos e bem-vindos à insônia em nossa era de dorminhocos que não sonham e esquecidos sem pesadelos. Bem-vindos os sonhos e bem-vindos à insônia se corremos o risco de perder a memória. 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Otimizado por Lucas Ferraz.