Junto.  Cultura, poder, palavra de Deus sobre ministério feminino

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Roma (NEV), 12 de dezembro de 2019 – O Departamento de Teologia da União das Igrejas Evangélicas Batistas na Itália (UCEBI) preparou um dossiê que contém as traduções de algumas das intervenções mais significativas da Conferência Teológica Batista Internacional (BICTE), que decorreu no passado mês de julho em Nassau (Bahamas). A delegação italiana, composta pela pastora Silvia Rapisarda e a pastora Cristina Arquidiáconasupervisionou a seleção e edição dos textos.

“Com este dossiê – dizem – queremos encorajar as igrejas a iniciar ou aprofundar o compromisso e a reflexão sobre o quanto as interpretações culturais e de poder da Palavra de Deus têm produzido discriminação e negação da vocação ao ministério de muitos mulheres, desfigurando assim a imagem de Deus. Idealmente, nos colocamos em continuidade com os materiais oferecidos até agora pelos movimentos de mulheres e com a consciência cada vez maior dos homens de que é necessário partir da própria experiência para dar lugar à Palavra de Deus que chama todos a segui-lo”.

A reunião de Nassau contou com a participação de mais de duzentos homens e mulheres de todo o mundo.

O dossiê contém a tradução de algumas das principais intervenções: a de Molly Marshall, professor de teologia e presidente do Central Baptist Theological Center (EUA), que abriu a plenária com uma palestra sobre a transformação da identidade e prática das igrejas a partir da plena inclusão da mulher na pastoral; que de Paul Fiddes, teóloga britânica, que realizou uma reflexão sobre o “Lugar da mulher na eclesiologia batista” a partir das confissões de fé dos batistas no século XVII; a do teólogo francês Valerie Duval-Poujolprofessora de Grego Bíblico, membro do comitê executivo da Conferência Européia de Igrejas (KEK), que destacou como as traduções da Bíblia condicionaram e ainda condicionam o reconhecimento do papel da mulher nas igrejas.

E novamente o texto do pastor André Bokundoa-Bo-Likabe, da República Democrática do Congo, que reflete sobre o contexto atual no Congo, onde a missão coincidiu com a colonização. “

O dossiê contém ainda a Agenda de Reconhecimento do Ministério Feminino, aprovada pela Assembleia Anual da Aliança Batista Mundial, realizada logo após o BICTE, e os Princípios e diretrizes das relações intrabatistas. Este último documento registra a diversidade constitutiva dentro das Igrejas batistas e entre elas, e testemunha o compromisso de escutar uns aos outros em vista do caminho comum.

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