Empatia.  Escuta, dúvida, misericórdia

Empatia. Escuta, dúvida, misericórdia

Pablo Picasso. Menina com pomba (detalhe) 1901. Imagem escolhida pela Comissão para a Globalização do Meio Ambiente para a Temporada da Criação 2022 Dossiê sobre empatia

Roma (NEV), 21 de junho de 2022 – Está pronto o Dossiê da Comissão de Globalização e Meio Ambiente (GLAM) da Federação das Igrejas Protestantes da Itália (FCEI) para o Tempo da Criação 2022. Título: “Empatia. Escuta, dúvida, misericórdia”.

O documento contém ideias homiléticas, meditações, liturgias, materiais e percepções. É dirigido a todas as igrejas federadas, mas não só. Cada pessoa e comunidade interessada no período litúrgico conhecido como “Tempo da Criação” poderá encontrar nas páginas do Dossiê alimento para reflexão e ferramentas preciosas para compartilhar.

O “Tempo da Criação” é um período litúrgico ecumênico que começa todos os anos em 1º de setembro e termina em 4 de outubro, e que teve seus primeiros passos com a Assembleia Ecumênica Européia em Graz (Áustria) em 1997. a Comissão GLAM da Federação das Igrejas Evangélicas da Itália vem propondo um dossiê temático, este ano justamente sobre o tema da empatia.

“Este Dossiê – lê-se na introdução –, tal como o anterior, está marcado temática e conteúdo pelos vestígios dos tempos que investiram a população mundial desde 2020 ao nível da saúde e da estabilidade do tecido social, este último especialmente no Norte Global. A sustentabilidade da globalização, na fase de recuperação dos fluxos de mercadorias perturbados pelas políticas de contenção do vírus, recebe mais um golpe com a guerra na Ucrânia: para a Europa a conversão das energias fósseis é ainda mais urgente. Num clima tão carregado de tensões e ameaças, GLAM apresenta a proposta de reflexão sobre a categoria da empatia, um possível auxílio para estabelecer relações menos esquemáticas”.

GLAM também fala de humanidade, dignidade, emoções e sentimentos. E observa que a 11ª Assembleia do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), intitulada “O amor de Cristo move o mundo rumo à reconciliação e à unidade”, acontecerá precisamente na fase inicial do Tempo da Criação. É nesta linha de amor que a GLAM pretende dar o seu contributo.

Para baixar o Dossiê completo, clique abaixo: Dossiê TDC 2022 – EMPATIA


Introdução – Comissão de Globalização e Meio Ambiente

Sugestões homiléticas, meditações

Empatia ecológica? A necessidade de uma nova linguagem
Hanz Gutiérrez

Quem é sábio e inteligente entre vocês?
Tiago 3, 13-18
Antonella Visintin Rotigni

Elementos empáticos na Bíblia
Andreas Köhn


Liturgias

Maria Elena Lacquaniti


Materiais

A empatia como ferramenta para olhar e ver a criação
Theresa Isenburg

Andar com os pés nos sapatos
Maria Elena Lacquaniti

Entrevista com Antonella Scuderi e Ivano De Gasperis, um casal empático na vida, na fé, na sociedade
Editado por Maria Elena Lacquaniti

Empatia na era da tecnologia de massa
Briga Gerard

Empatia, natureza, o humano e a fé
Émile Florio

Precisamos compartilhar o pão da democracia, da liberdade e dos direitos humanos
Maurício Bolognetti


Para saber mais

Jean-Philippe Faure – Céline Girardet, Empatia, No coração da comunicação não violenta
Paul Krieg

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Roma (NEV), 23 de junho de 2023 – “Bandidos me venderam como escravo na Líbia. Já estive preso, já vi todo tipo de violência, sei que não estou em paz... A certa altura pegamos um barco. Alguns pularam no mar e sobreviveram. Mas eles nos levaram de volta para a Líbia novamente, ainda na prisão. Violência, fome, sede. Você tem que imaginar as piores coisas." Fale muito e rápido Yaqob Idres, nascido em 1998, quando fala dos anos que passou na Líbia. Nasceu no Sudão, um dos hóspedes da Casa delle Culture de Scicli, na província de Ragusa, uma das iniciativas nascidas no âmbito do Mediterranean Hope, o programa de migrantes e refugiados da Federação das Igrejas Evangélicas da Itália, financiado em grande parte por o Otto por mil valdenses. Yaqob Idres “Éramos 35 pessoas numa garagem que nem era garagem, no chão, só barris, não tinha comida nem bebida. Se você não ligar para sua família e conseguir algum dinheiro, no dia seguinte eles pedem mais dinheiro, queimam seu corpo… "Nós vamos te vender", ouvimos todos os dias. Eles gritam isso para nós. Eles jogam água em você para acordá-lo. É impossível viver na Líbia, eu estava prestes a enlouquecer. Eu vi a morte, se você não se salvar ninguém vai te salvar”, continua. “Conseguimos fugir, de novo, com um grupo, mas eles nos pegaram de novo. Nesse ínterim, tive problemas nas costas, eles quebraram para mim. Fiz uma operação, fui com a cadeira à frente de um gabinete (de uma instituição supranacional, ed) e fizeram-me a operação, depois de 3 meses voltei a andar”. Ele mora na Sicília há um ano, estuda italiano e, como os outros beneficiários dos corredores humanitários, obteve proteção internacional, o status de refugiado. “Aqui tudo é diferente, você pode sonhar em trabalhar, pode estudar, pode construir um futuro pequeno, um pouco de independência, seguir em frente”. E o futuro? “Me vejo com um projeto pequeno, com uma família, com filhos, e gostaria de ajudar quem precisa. Para mim, o importante é a paz”. Projetos futuros são difíceis de imaginar, a migração, aliás a Líbia, parece cancelá-los, se é que algum dia existiram. Acontece que o único sonho é sobreviver. Ou escapar daquele inferno, ou ambos. E memórias, mesmo essas, são difíceis de verbalizar. Ta'ah Ali Mohammed tem 21 anos, nasceu no Sudão, e do seu país natal diz “não houve nada, só problemas. Fui para a Líbia com 14 anos, sozinho, fui de um inferno a outro. Eu estive na Líbia por 4 anos, a "mínima coisa" que pode acontecer com você lá é a prisão. A Líbia é pior que a máfia”, diz ele. Ele tem sérios problemas de saúde, enfrenta uma longa jornada de atendimento médico, com terapias complexas e alguns problemas insolúveis, essencialmente. Como você está agora?, pergunto a ele. “Um ano é como um mês, aqui o tempo voa”, responde, rindo. “Tenho certeza que vou melhorar, desde que haja vontade, é difícil sonhar mas se você acreditar você chega lá... Com certeza meu futuro, minha vida, melhora. Sou uma pessoa que adora estar com os outros, adoro tudo no Scicli, vai correr tudo bem”. ele sorri muito Metwakel Brima, O jovem de 27 anos, natural do Sudão do Sul, diz que procura fazer sorrir também os outros companheiros desta aventura, os miúdos com quem partilha o espaço e a vida na Casa delle Culture. “Sinto-me bem, em um ano e meio nunca vi racismo… Não, não tenho amigos italianos. Faço biscates, estudei italiano”, conta. No próximo ano, ele fará o exame da oitava série. Qual é o seu dia típico? “Tomo café, se tem trabalho vou trabalhar, vejo vídeos no youtube, pra praticar italiano também dessa forma. 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