União Budista Italiana e FCEI assinam protocolo de colaboração

União Budista Italiana e FCEI assinam protocolo de colaboração

Daniele Garrone, presidente da FCEI, e Filippo Scianna, presidente da UBI, aquando da assinatura do protocolo assinado hoje, 14 de fevereiro. Foto de Nadia Addezio (Comparações)

Roma (NEV), 14 de fevereiro de 2022 – A União Budista Italiana (UBI) e a Federação das Igrejas Protestantes na Itália (FCEI) iniciam uma colaboração destinada a acolher os refugiados que chegaram à Itália através dos “corredores humanitários” abertos nos países vizinhos com Afeganistão no âmbito de um acordo entre a FCEI, a Comunidade de Sant’Egidio, o Conselho Valdense e os Ministérios do Interior e das Relações Exteriores. Em particular, o Protocolo de Colaboração entre a UBI e a FCEI prevê o acolhimento de 20 refugiados afegãos. O acordo de colaboração é válido ao longo de 2022 e será renovável para os anos seguintes.

A UBI apoiará as atividades de acolhimento e integração coordenadas e implementadas pela FCEI, garantindo recursos que irão cobrir despesas de alojamento, escolarização, apoio educativo e psicológico, aprendizagem da língua italiana, formação e colocação profissional.

O projeto visa garantir proteção humanitária a indivíduos que, sob o poder dos talibãs que tomaram o poder no Afeganistão em agosto, correm riscos muito altos, inclusive de serem mortos por suas ideias, sua fé religiosa e seu papel no regime anterior. Nesta conjuntura, a segurança das mulheres que estudaram e desempenharam papéis importantes na sociedade civil afegã está particularmente em risco.

“A FCEI e a UBI partilham o compromisso civil e social por uma sociedade aberta, inclusiva e solidária que coloca no centro o indivíduo, as suas necessidades, aspirações e potencialidades. Pretendem também promover modelos comunitários baseados nos princípios da justiça e da paz, no reconhecimento da dignidade humana e no respeito por todas as formas de vida. Bem como o compromisso de salvaguardar o ambiente e os ecossistemas numa perspetiva de estreita inter-relação entre a comunidade humana e o planeta que habitamos” – declaram Philip Sciannapresidente da UBI e Daniel Garronepresidente da FCEI.

Paralelamente, a UBI e a FCEI estão empenhadas em lançar um processo comum de reflexão e diálogo, visando tanto aprofundar as questões do direito de asilo, novas formas de pobreza, sofrimento social, como propor ações concretas aos decisores políticos , tanto no italiano como no europeu. Nesta perspetiva, a UBI e a FCEI pretendem promover encontros, seminários, conferências e publicações que expressem a posição das duas tradições relativamente a questões cruciais do nosso tempo.


Para mais informações sobre os Corredores Humanitários e o Programa FCEI para Migrantes e Refugiados: www.mediterraneanhope.com.

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Amém. Ouçamos a leitura do texto bíblico para a meditação de hoje: " Naquela noite, o rei, incapaz de dormir, ordenou que lhe trouxessem o livro de Memórias, as Crônicas; e foi lido na presença do rei“, (Ester 6:1). Ainda jovem, em 1934, o filósofo judeu Emmanuel Levinas escreve em uma revista cristã francesa um artigo intitulado “Algumas reflexões sobre a filosofia do hitlerismo“. O filósofo diz: “O sucesso de Hitler, diz o filósofo, reside na sua capacidade de despertar sentimentos básicos básicos: a voz do sangue, o apelo a um legado e um passado, o uso da força. Mas é por essas razões que o racismo não se opõe apenas a um ponto particular da cultura cristã ou liberal, a um tipo de democracia ou não. Ela se opõe à própria humanidade do homem“. O racismo se opõe à própria humanidade do homem! A insônia de um jovem filósofo de vinte e oito anos diante dos pesadelos que assombravam a Europa naqueles anos me lembrou a curta passagem bíblica que acabamos de ouvir: um rei insone, Mordecai, manda que o livro de memórias seja trouxe para ele. A insônia de Levinas também traz à mente um conto de Dino Buzzati “Novos amigos estranhos”. Aqui, o engenheiro Stefano Martella se encontra, após sua morte, em um lugar estranho onde não há desejos, onde não há medos, onde não há pesadelos, até porque os sonhos não se sonham naquele lugar. No entanto, só se você tiver coragem de sonhar, você pode ter pesadelos, e só se você tiver pesadelos você fica acordado à noite se revirando na cama com o livro de memórias no travesseiro. Bem-vindos, então, aos sonhos e bem-vindos à insônia em nossa era de dorminhocos que não sonham e esquecidos sem pesadelos. Bem-vindos os sonhos e bem-vindos à insônia se corremos o risco de perder a memória. 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Otimizado por Lucas Ferraz.