Roma (NEV), 25 de janeiro de 2022 – Por que ainda é tão significativo celebrar a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos em Lampedusa?
É o segundo ano que a pandemia impede a habitual celebração ecumênica presencial na Paróquia de San Gerlando di Lampedusa, mas a reflexão e a comunhão de intenções não param.
Na pequena ilha siciliana, desde o primeiro dia, a presença protestante através do projeto Esperança do Mediterrâneo da Federação das Igrejas Evangélicas da Itália se caracterizou por um forte espírito ecumênico e pelo vínculo diário com a comunidade católica local e a Arquidiocese de Agrigento. Eventos como o SPUC e a comemoração do dia 3 de outubro já fazem parte da nossa história comum. Mas em Lampedusa não há ecumenismo de “acontecimentos”, é um ecumenismo de relações cotidianas, práticas e solidariedade.
“A Federação das Igrejas Evangélicas nos permite vivenciar uma dimensão importante, a da unidade na diversidade – declara o pároco Daniele Garrone, presidente da FCEI -. Ninguém deve homogeneizar o seu perfil ao dos outros e juntos podemos falar mais incisivamente no espaço público e servir os outros de forma mais eficaz. Em Lampedusa, recordar a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos significa viver juntos a vocação para servir refugiados e migrantes. Significa ativar uma rede solidária de proteção e defesa dos direitos, reconhecidos pela Constituição, de uma humanidade itinerante. Para nós cristãos, como indica a mensagem evangélica, é um apelo constante a acolher o estrangeiro e a ajudar quem bate à nossa porta pedindo água, comida e justiça. Há anos, católicos e protestantes se encontram nesta diaconia de hospitalidade no cais de Favaloro, em Lampedusa. Perante os massacres que tristemente assistimos, muitas vezes unimos as nossas vozes para pedir alternativas seguras e legais às viagens de morte, como os corredores humanitários”.
“Celebrar a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos nos permite refletir sobre a dimensão da comunhão entre aqueles que reconhecem a centralidade de Cristo em suas vidas – declara Monsenhor Alessandro Damiano, Arcebispo de Agrigento -. Da história aprendemos que a unidade mais do que uma realidade a impor é a meta de um longo caminho a percorrer, cheio de armadilhas e lentidões mas também de experiências que facilitam a consecução da meta. É o que está acontecendo em Lampedusa: um laboratório de diálogo e colaboração entre cristãos na assistência aos migrantes que chegam à ilha. Paróquia de San Gerlando, monjas do Projeto Migrante, Federação das Igrejas Evangélicas na Itália - vivem de forma concreta o chamado a se mover para honrar Aquele que se faz presente no "estrangeiro que deve ser acolhido" (Mt 25,43). Fiel à vocação de ser sinal da unidade que Jesus deseja para o mundo”.
Por ocasião do encerramento do SPUC 2022, oferecemos a seguir dois pequenos vídeos com as reflexões do Pastor Daniele Garrone e do Arcebispo Alessandro Damiano.
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